Bekas – Para o alto e avante

Bekas – Para o alto e avante, dirigido por Karzan Kader, com Com Sarwar Fazil, Zamand Taha e Suliman Karim Mohamad, Iraque, 2012. O filme é lindo justamente por sua pureza. Trata-se sem dúvidas de uma obra poética e talvez por este motivo não tenha sido tão bem recebida pela critica e consequentemente pelo público. A tarefa do critico de cinema é ser uma conexão entre quem faz o filme e seu publico, todavia parece que os críticos esquecem-se do detalhe e ficam naquela de só escrever bem de determinado tipo de filme que ele gosta, deixando de lado a sua função que é a de informar as características fílmicas da obra, e não taxá-la como ruim ou boa. Neste filme iraquiano a critica caiu de pau no filme por ter diálogos bobos demais entre os protagonistas, entretanto a critica esquece que o Iraque não é um pais com tradição na sétima arte e por isso mesmo tais críticos deveriam se ater a isso, ou seja, a ter a consciência do que é fazer um filme no Iraque. Claro que a obra não pode ser perfeita, pois lá falta tudo: Desde equipamentos até principalmente instruções, porém ainda assim o que vi neste filme iraquiano foi uma historia linda entre dois irmãos órfãos. Enredo este que consegue substituir qualquer defeito técnico da obra. Mas a história é a seguinte: Em pleno Iraque na década de 1990, ainda sob o domínio do ex-ditador Sadam Russeim, encontramos como protagonistas dois garotos sem mãe e com o pai abatido durante uma guerra qualquer promovida pelo ditador, ou seja, como mencionamos: dois garotos órfãos. A esperança de dias melhores fazia das duas crianças desprovidas de carinho e cuidado, pois agora era eles que tinham que se garantir, e sem muita perspectiva e bastante imaginação eles decidem que querem encontrar o super-homem na América ( EUA ) para ,este que tem super poderes, reviver seus pais mortos. Como não tinham literalmente nada a perderem eles são guiados por esse desejo fantástico de encontrar o Super-Men. Engraxando sapatos conseguem comprar seu transporte para chegar à América: Um jumento que nomearam de Michael Jackson. Em cima do jumento e com a proteção de Alá os dois garotos pegaram a estrada em direção a América, segundo o mapa do irmão mais velho e de coração mais mole que o caçula. Fato é que se existir uma América, com certeza eles chegaram lá por tanta estrada que rodaram, e se principalmente existir algum Super-Men de verdade, este se simbolizaria nos próprios garotos. Enfim um filme que fala de amizade acima do que qualquer outro motivo. Lindo, pois através da simplicidade dos seus personagens vemos no final um filme profundo em sentimentos e por isso poético. Parabéns ao cinema iraquiano, ganhei o dia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Livros do Joca

Pirataria X Streaming

Cangaço Novo