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Mostrando postagens de novembro, 2013

Lore

Lore , Reino Unido, Austrália, Alemanha, 2012, com uma mão firme em detalhes a diretora e co-roteirista australiana Cate Shortland consegue mostrar a segunda grande guerra com um olhar arguto sobre o ponto de vista do povo alemão alienado pelo seu Führer. Quando a Alemanha perde a guerra o seu povo demora um pouco para sair de suas casas e saber o que de fato se sucedera. Eles imaginavam tudo, menos que algum dia sua raça seria derrotada por qualquer outra em qualquer situação. Pois bem: é com esse viés de pensamento que apresentamos a protagonista: Lore (Saskia Rosendahl); Uma adolescente filha de um general do Führer que certo dia após acordar se vê sem seus pais e tendo de tomar conta de mais quatro irmãos, sendo um desses ainda de colo. Lore e os irmãos são obrigados a atravessar praticamente toda a Alemanha destruída afim de não ter o mesmo destino dos seus pais, ou seja, a vala ou nem isso como se vê na fotografia do filme com corpos carcomidos por todos e quaisquer tipos e taman

Tatuagem

Tatuagem , Hilton Lacerda, Brasil, 2013. Se a pretensão do filme foi colocar uma pulga atrás da orelha a quem vê e questionar nossos valores: a fita acerta em cheio e fica nesse sentido merecedora como a principal vencedora dos principais festivais brasileiros ganhando como melhor filme esse ano ( PE, SP, RJ,BA, Brasília e Gramado ). Porém não por esse principal sentido do filme, que é o de chocar o pré-estabelecido e não segui-lo, o filme fica demasiado autoral de seu diretor e roteirista. Fica nítido que estamos conferindo uma visão radical de rompimentos, principalmente no que tange a questão da arte sem limites, ou seja, quem faz teatro não pode fazer música ou circo, etc. O renomado roteirista dos filmes do Cláudio Assis, que agora estreia seu primeiro longa com grande sucesso da critica especializada e parece que nem tanto de público ( infelizmente nosso povo não tem educação para apreciar tal filme ), consegue colocar numa mesma estória tudo que existe de utópico e bonito (

Jogos Vorazes – Em Chamas

Jogos Vorazes – Em Chamas , dirigido por Francis Lawrence, com a atriz Jennifer Lawrence no centro da trama, EUA, 2013. Os mais conservadores dirão que o filme é longo demasiado; Outros escreverão que o filme é besta demais e só serve para adolescentes que insistem em serem burros. De fato as duas críticas têm suas verdades, mas não acho que este filme tenha sido feito exclusivamente para o público adolescente. Ademais não se trata de um filme para “burros” que só assistem UFC, muito pelo contrário. Em Jogos Vorazes 2 ou em Chamas, existem dilemas profundos em sua protagonista que podemos estendê-los para os nossos dias atuais, como por exemplo, as vulgas celebridades instantâneas, ou dando nome aos bois ou as vacas: os participantes de reality shows ou até os sucessos supérfluos do Youtube que “estouram” com seus hits toda semana. Mas voltando ao filme e com a fama que nossa protagonista adquire no primeiro filme da saga vencendo a batalha final e ainda quebrando as regras do jogo e s

Capitão Philips

Capitão Philips , dirigido por Paul Greengrass e baseado numa estória real, EUA, 2013. Encontramos no filme todos os elementos primordiais para a academia da indústria norte-americana de cinema premiá-lo com diversas estatuetas do Oscar em 2014. A priori tem-se um enredo que privilegia a estória “misericordiosa” dos EUA, que é de um navio cargueiro que vai entregar comida na faminta e grande África e no caminho é atacado pelos chamados piratas do século XXI : Os somálies miseráveis; “pescadores” da costa da Somália que resolvem cobrar um dizimo por caçar e navegar em seus mares, embora estes sejam ainda mares de navegação internacional, todavia como o capitão somalie diz em certo trecho: “Na América tem-se a escolha de ser várias coisas, mas aqui não, escolhemos o que tem na mão. Se somente temos Fuzis e navios para roubar em nossos mares, então fazemos isso”. Sem querer julgar atitudes terroristas ou territorialistas, o filme narra uma dessas estórias das centenas de navios que já for

O amante da rainha

O amante da rainha , de Nikolaj Arcel, Dinamarca, 2013. .Sobre o enredo do filme já estamos carecas de ouvir e assistir que é: uma princesa sendo obrigada a casar-se com um príncipe ou rei de outra nação e com isso fortalecer seu país em épocas distantes na Europa. E por se tratar de um casamento de sacrifícios e acordos políticos, um ou o outro, ou talvez os dois acabem tendo relações extras, pois bem meus caros(as): não querendo ser repetitivo e já sendo o enredo do filme é basicamente esse; A rainha tendo um amante, por isso o nome óbvio do filme: O amante da rainha. O que é para se elogiar e sair dos “filmes comuns” é a estupenda fotografia de época do filme, nos transportando para belas paisagens da Dinamarca quando os amantes se encontravam escondidos fora do palácio. Com quase duas horas e meia de belas paisagens e diálogos previsíveis a fita tem como seu ponto positivo principal o focar na entrada do movimento do Iluminismo, oriundo da França, na Dinamarca e Europa, deixando a

Além do arco-íris

Além do arco-íris , de Agnès Jaoui, França, 2013. Inverta os contos da Cinderela e Bela adormecida, ou seja, transfira os sexos com o mocinho perdendo um sapato numa festa e a mocinha sendo acordada subitamente com uma tapa no meio da face. O filme tem sua fotografia com poucas luzes ou quase sombria e talvez de certa maneira por essa escuridão nas cenas juntamente com a imposição de um certo humor negro ao filme, insinuando que contos de fadas ou pessoas que vão para o céu quando morrem são puramente bobagens ( elas morrem e pronto: acabou tudo mesmo ); Cena esta explicitada em um jantar de família da cinderela ao avesso que tinha a característica peculiar de sonhar com coisas que iram ocorrer em sua vida. .A diretora, roteirista e atriz Agnès Jaoui compromete sua obra por exagerar em sacarmos relacionados a sociedade e as relações familiares, portanto o filme não se torna tanto aprazível como poderia ser e tampouco conexo para ser entendível, ou seja, com começo, meio e fim definido

Tocaia no Asfalto

Tocaia no Asfalto, dirigido por Roberto Pires e produzido por Glauber Rocha, Brasil- Bahia, 1962 . Foi um mega prazer rever imagens de minha terra natal, Salvador, nos anos 1960. Pude conferir essa relíquia do cinema nacional no Panorama Internacional Coisa de Cinema, realizado entre os dias 31 de outubro a 7 de novembro no Cine Glauber Rocha em Salvador e Cachoeira. No filme podemos ver como a capital soteropolitana juntamente com sua urbanização após meio século, mudou tanto. Em 1960 tudo era praticamente mato virgem. Se você quisesse pegar um solzinho na orla marítima, era simplesmente estacionar sua carranga na grama verdinha e pouco cuidada mais próxima possível da areia da praia em todo litoral da cidade e já estaria tomando um banho de mar. Não existia ainda a orla marítima na cidade com asfalto, parapeitos ou calçadões, o que se via somente nas estradas que davam acesso as praias eram terras de barro batido e muita floresta tropical atlântica sem ainda ser desbravada, e por is

Amanhecer violento

Amanhecer violento , de Dan Bradley, EUA, 2013. O enredo é o seguinte: O dia estava tranqüilo até um grupo de pára-quedistas aterrissarem no campo de futebol de um colégio. Era o início de uma invasão da Coréia do Norte ao território americano, o que gera pânico nos habitantes da cidade. Decididos a defender o local, oito jovens se escondem nas montanhas e adotando o nome de sua equipe de futebol, (The Wolverine ou os Lobos Selvagens ), planejam como revidar à invasão das forças militares inimigas. O Filme tem um roteiro e segmento meio fantasioso e sem dúvidas literalmente surreal. Não sou contra os norte-americanos fazer esses tipos de filmes onde se colocam sempre como mocinhos e que possuem “homens que dão a vida pela pátria”. Entretanto como a nação maior produtora de filmes, e nada mais justo, portanto que enaltecer a sua pátria. Cabe a nós então, sabermos distinguir a realidade da fantasia criada pelos norte-americanos. Cabe a nós não nos deixar alienar por essas obras cinematog

Terapia de risco

Terapia de risco , de Steven Soderbergh, EUA 2013. Não podemos “bater o martelo” e afirmar que este foi o último filme do diretor, porém tudo indica que sim, mas como tal diretor já disse diversas vezes que iria se aposentar e acabava mudando de idéia ( é que bom que isso acontece, pois trata-se de um dos melhores em atividade ), pode ser que ele repense a idéia de aposentadoria. Entretanto focando nesse “último” e pretensioso filme( no sentido de chocar, de não deixar sempre claro o objetivo da trama) e altamente meticuloso ( por literalmente brincar com a psique humana ). Todavia vamos aos fatos do crime ou do filme de suspense. Um casal tenta se reerguer após a saída do marido de uma prisão e a sua esposa ao invés de ficar contente, fica depressiva. A idéia da cura a leva a uma médica psiquiatra após ela tentar o suicídio. A médica então receita um novo antidepressivo. O que não se esperava é que tal remédio guiaria a complexa trama a partir de então, causando conseqüências a todos: