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Mostrando postagens de outubro, 2012

Anticristo

No calor da fita assistida Anticristo, Lars von Trier , Dinamarca / Alemanha / França / Suécia / Itália / Polônia, 2009 ,   é uma porrada de bom. O polêmico e genial diretor dessa vez ou daquela vez, visto que o filme foi feito há algum tempo, discute, polemiza, aborda, instiga, mitiga em todas nuances possíveis à existência humana. Com um roteiro onde um casal (interpretado por Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg) se refugia pela perda de um filho em um chalezinho com mato selvagem por todos os lados. O casal era formado por um psicanalista e uma escritora “interrompida”. As aspas na palavra interrompida tem sua razão: pois a tal escritora para com seu oficio pela trágica perda do seu único filho. Para destraumatizar a escritora, o psicanalista e seu marido oferece a ela um tratamento de choque, deixando se esvair os melindres dos sentimentos que tanto a incomodava, ou seja, seu marido tenta curá-la do trauma do filho perdido com um método mais moderno e ousado do que o tradici

Porcos raivosos

Porcos raivosos , Brasil, 2012; É um curta metragem ficcional feito por índios. Segundo os “diretores” do curta ( Isabel Penoni e Leonardo Sette ) , os índios já estavam de saco cheio de cineastas irem lá nas suas aldeias e só fazerem documentários. Sentiam-se instrumentos ou pessoas sem mãos. O curta é muito simples e tem como tema uma lenda da tribo, na qual quando os homens vão caçar por vezes alguns voltam diferentes: mais selvagens e menos carinhosos com elas: suas esposas, que aparecem nuazinhas nesse misto de ficção com lenda feita pelas próprias índias. A diversão das índias foi geral, isso resplendia em suas faces, sempre alegres e risonhas, criando e brincando ao mesmo tempo e o principal: da forma lúdica delas. A brincadeira se baseava essencialmente num rito onde elas faziam uma roda e falavam-se entre si. Um curta a primeiro olhar: torto, sem muito que dizer ou entender, porém o que vale ser resaltado foi a generosidade dos diretores de deixarem o processo criativo com

007- Operação Skyfall

Não sei se é porque estou assistindo a uma caralhada de filmes em um festival, filmes independentes e geniais em sua maioria, escreva-se de passagem, que as fitas ditas ou descritas como comerciais passam mal por minhas íris. Se fosse pra comparar fitas comerciais com independentes seria o mesmo de medir forças dos EUA com o Irã, ou comparar um pato ao molho francês a um PF da esquina da sua rua. É com esse “instigamento” é que vim “aquá” escrever e afirmar que o principal filme holiwodiano do momento é uma tremenda babaquice. Refiro-me ao James Bond e seu 007 - Operação Skyfall , Sam Mendes, 2012, EUA . A fita antes de tudo tem a dura missão de homenagear o cinquentenário do filme e ao mesmo tempo tenta salvar a estória pra lá de batida. Desta vez ainda vemos um James Bond comedor, mas também amargurado pela traição de sua fiel e escudeira chefona. Ademais percebemos um protagonista procurando uma figura materna, pois afinal de contas cinquenta anos de “comilança” não foi brincadeir

A anti-performance

A anti-performance , Daniel Lisboa, BA, 2012. Com uma idéia na mão e uma câmera na cabeça ou vice versa, Daniel apresenta aos que não são da capital baiana, o multi-artista Jaime Figura. Jaime é um cara sem rosto que vive no Pelourinho. Há quarenta   anos o artista decidiu viver assim por discordar da sociedade e dos jogos dela. Famoso por aqui, porém desconhecido em outros locais, Daniel decide documentar a viagem que faz com Jaime Figura em um vôo de Salvador a São Paulo. O espanto da tripulação é instantâneo vendo aquela figura toda coberta dos pés a cabeça a adentrar na aeronave com seus truculentos, insensíveis e desagradáveis comandantes de vôo. Porém, enfim e por fim, Jaime figura consegue chegar à terra da garoa.   Lá faz suas performances   na avenida paulista, onde muitos param: aprovam ou desaprovam e o curta acaba.   Daniel tem a característica de fazer curtas premiados com temas ou personagens que de alguma forma dão um tapa na cara da sociedade, e esse do Jaime Figura foi

Histórias só existem quando lembradas

Histórias só existem quando lembradas , de Julia Murat, 2012, Brasil/ Argentina/ França. Realmente uma obra-prima, onde infelizmente só pode ser conferida em festivais, pois em salas comerciais tamanha genialidade não tem espaço. A Julia Murat brinca com temas como: velhice, morte, vida, jovialidade, experiência, falta dela, alegria, tristeza como estivesse brincando com bolas de gude. Com locações em casa antigas de um interior brasileiro, a fita nos faz repensarmos em nossas vidas, em que rumos darmos a ela e como seguir com elas mais levemente, sem culpas e com mais convicção. A simples, porém bela fita conta a estória de uma jovem andarilha que decide passar alguns dias em uma cidadezinha do interior de algum canto desse Brasil, apostaria que seria em Minas Gerais, mas como a fita não divulgou tal informação, fiquemos no achismo mesmo. Porém isso é o que menos importa. As relações pessoais e sóciais dessa andarilha com a população local é que nos faz mitigarmos sobre a fita nada c

Relação explosiva (Hit and run )

Relação explosiva (Hit and run ) , dos diretores, no mínimo sem inspirações David Palmer / Dax Shepard, EUA, 2012. Não sei se minha censura anda alta no sentido em classificar películas como assistísseis, mas a que vou resenhar neste momento não tem como classificar com outro adjetivo negativo como pífio. Destinada a um público vidrado em adrenalina com seus vinte e poucos anos, mas com cérebros de no máximo dezesseis para quem de fato curtiu a fita. De tão inclassificável por ser tão ruim não sei se tal filme se encaixa no gênero da comédia, do drama, do policial ou da ação, mas sinceramente pode ser qualquer desses gêneros citados acrescentado ao final à palavra trash, ou seja, comédia trash, drama trash, etc., onde os filmes do querido cineasta Zé do Caixão se tornam clássicos de alto padrão comparando com o horrível movie. No seu roteiro além de gírias em ocasiões não oportunas, é como um todo e seu final de uma caganeira considerável, pois são tantas desconexões no sentido de da

Paris-Mahhatan

  ·          Paris-Mahhatan, da Sophie Lellouche , França, 2012.   É de ficar perplexo que o Woody Allen tenha feito uma ponta nesse catastrófico filme. A bizarrice da fita não se limita a uma área, mas de uma realmente forma desastrosa a película consegue ser péssima em todas as áreas, desde o seu caótico roteiro, produção, direção de arte, de som e atores pífios por fim. O enredo é uma puta “maluquice”, onde uma já mulher com os seus trinta e muitos anos se encontra encalhada e sem perspectiva alguma para algum pretendente. Com a tal situação vivida pela protagonista da fita ( Alice Taglioni ), os amigos tentam salvá-la da solidão   ( mesmo ela não estando muito de acordo com isso ), pois com o tempo aprendera a conviver sozinha e de modo que seria antes de tudo um tremendo sacrifício morar e conviver com alguém a beira dos seus quarentinhas anos de existência. A protagonista tinha uma paixão sim; Essa única e inabalável: Woody Allen e seus filmes que a remoia, emocionava e

A arte de amar ( L´art d´aimer)

A arte de amar ( L´art d´aimer), Emmanuel Mouret, França, 2012, é um típico filme francês que agora está na moda: a valorização da poligamia. Escrevo isso já na lata e sei que os mais amados as películas francesas discordarão, mas tenho meus motivos para tal suspeita e enumerarei na medida do possível. Em primeira instância sabemos a natureza do ser gaulês, ou seja, natureza safada, selvagem. Pois bem, admitamos isso e prosseguimos de como o país é generoso com os povos do norte africano, como Costa do Marfim, Marrocos entre outros. Sabemos que o francês e a francesa têm suas excentricidades em fazer da vida uma coisa mais engraçada do que pode ser. Por isso é um país que tem medo do terrorismo islâmico, como qualquer outro europeu, mas ainda assim não fecha suas portas para os praticantes do islamismo. Com isso eles ganham fazendo experiências com essas pessoas de ideias novas ampliando mais sua forma de pensar. O país é evoluído intelectualmente por essas e outras: por julgar e

Bem amadas

Bem amadas , do diretor Christophe Honoré, França, 2012, com as participações de Catherine Deneuve e Louis Garrel ;   é um misto de drama com musical. Gêneros esses que juntos dão a ideia de uma comedia romântica, o que não deixa de ser também. S e a fita fosse feita em língua portuguesa, concerteza teria sido taxada como filme brega, porém sendo essa de língua francesa, se torna estilosa. São os ossos da história, ou os créditos há uns e os descré tidos a outros. Por roteiro sem trilhas musicais atrapalhando ou ajudando a fita à parte , tem-se uma estória interessante de uma mulher que quer melhorar de vida na Paris chata de 1920. Ela então se torna não prostituta, mas acompanhante de luxo e só para quem ela acha que vale o esforço. De uma humilde vendedor a de sapatos a uma grande pro fis s ional do prazer sua vida muda da água para o vinho e acaba conhecendo o futuro pai de sua filha: um médico gastroendocrono log ista Tcheco. Com o tal médico ela se apaixona de vera. A seg

Os Infiéis

Os Infiéis, dos Jean Dujardin , Gilles Lellouche , Emmanuelle Bercot , com Jean Dujardin , Gilles Lellouche , Alexandra Lamy e mais três, França, 2011. Sabe aquele filme em que você não espera nada e não acontece nada mesmo de bom, mas que mesmo assim vale a saída de casa e até algumas risadas porque não? Pois bem, Os infiéis se encaixa nesse padrão de comédias europeias em que a pretensão é não ter pretensão, e por isso a fita soa leve, de modo que dá para sair da sala de cinema de certo modo mais leve, menos sério ou comprometido com as responsabilidades da vida corrida em que o século XXI nos impõe a acompanhá-lo. A fita conta a estória de antes de tudo e acima da vida de dois galinhas garanhões que papam todas, de dois caras inseguros e infelizes com seus relacionamentos, e por isso traiam suas companheiras. Era festa, boate todo dia na nada feia noite parisiense. Os tais dois amigos eram de fato tão grudados e fissurados nessa coisa da competitividade entre ambos de quem pegass

Melancolia

Melancolia do sempre diretor irreverente, inesgotável, inimaginável, genial e transparente dinamarquês   Lars von Trier , França , Dinamarca , Suécia , Alemanha, 2011   . Tem fitas que por sua grandeza tem-se de se ver ao menos duas vezes para digeri-la. Melancolia trata-se de seleto grupo de película que deixam os nossos estômagos estatelados ao final da sessão. O filme é divido em duas partes, a do casamento da protagonista é a primeira mostrando pela hipocrisia social a fraqueza humana , e a segunda parte: por consequência disso, ou seja, da fraqueza humana provocada pela hipocrisia social em que somos obrigados a engolir goela abaixo, mostra a decadência psicológica da protagonista, e ao mesmo tempo e não pelo mesmo motivo com a chegada do planeta Melancolia que iria eclodir com o nosso não sobrando nada nem ninguém. O fato de a protagonista estar melancólica depois do desastre do seu casamento na primeira parte do filme e um planeta chamado melancolia destruir tudo de uma

Intocáveis (Intouchables )

Intocáveis ( Intouchables ) , França, 2012, dos diretores   Olivier Nakache / Eric Toledano . Quem escreveria, mas aconteceu: Um blockboster made in France; porquausa de uma estória verídica de fato sensacional, ou seja, o que a maioria das pessoas quer assistir para continuar suas rotinas com mais vigor e esperança de dias melhores, como: menos cobrança do chefe, um melhor salário, as férias numa praia paradisíaca e por aí vai. De fato Intocáveis mexe com todos esses anseios da classe trabalhadora, pois conta a estória de um milionário tetraplégico em busca de um cuidador que não tenha pena dele, mas o entenda. Para achar tal profissional ou simplesmente pessoa e ser humano é necessário um desprendimento de currículos, ou seja, o que a pessoa fez ou deixou de fazer, da onde ela vem, o que ela gosta e faz, etc. Daí que surge uma bonita amizade entre o tal milionário tetraplégico , que a esta altura da vida só quer uma coisa: menos frescura e mais sinceridade, com um negro pobre d

Polissia

Polissia, do diretor Maïwenn, França, 2012 .   “Polícia para que precisa, polícia para quem precisa de polícia. Dizem pra você obedecer, dizem par você responder, dizem pra você respeitar, dizem pra você cooperar”Tony Belotto. Pois bem meus caros , abordaremos agora o outro lado. Adentramos a fundo na densa película francesa que explora, mexe e remexe o submundo dos senhores da lei. A tribo a ser estudada são os oficiais que tentam proteger crianças e adolescentes de pseudo infratores ou para ser mais claro, de pedófilos. As estórias de cunhos reais retratadas na fita não se diferem das as que a gente assiste aqui no Datenna. Pedófilos são os mesmos em qualquer lugar, sejam eles pais, parentes ou meros desconhecidos. Ademais a película foi premiada em Cannes esse ano com o principal prêmio do Juri por mostrar não fatos de pedofilia, mas a forma de que os policias mergulham nesse problema psicossocial, e com esse tal mergulho, como espectadores vimos transparentemente às angústias

Os infratores ( Lawless )

Os infratores ( Lawless ) , do diretor John Hillcoat, com as participações de Gary Oldman e   Guy Pearce , EUA, 2012,   é um filme que tem como tema a lei seca do álcool em solo norte-americano nos anos 1920. Escreveria que a fita deveria ser mais atual do que nunca. Não por sua estúpida lei, que por sinal, hoje, deveria defender a maconha também como droga lícita em poucas quantidades. A fita deveria ser mais atual do nunca pelo fato de que valora e conta estórias de pessoas ( contrabandistas ou não ) corajosas e principalmente com caráter. Caráter esse, que desquantifica e desvalora quaisquer lei Pré-estabelecida. A fita conta a estória verídica de três irmãos distribuidores de bebidas alcoólicas naqueles tempos estranhos e confusos dos EUA, que escreva-se de passagem sempre foi e pelo andar da carruagem sempre estará na vanguarda mundial como o país mais extraordinário por sua falta de medo ou responsabilidade em mudar as coisas já pré-estabelecidas não sei por quem, talvez por

Fausto

Fausto, do Aleksandre Sokurov, Russia, 2012, foi o principal ganhador do festival de Veneza em 2011. Ganhou um dos principais festivais isentos politicamente pela fita transcender os limites do entendível para a maioria de quem assiste. Além de que Fausto é um filme russo de época, onde um médico além de seu tempo e entediado com ele resolve fazer um pacto com o “coisa ruim” de uma forma bastante peculiar. No contexto da fita o Diabo é nada mais que um outro homem de carne e osso, mais osso que carne e com coluna arrebentada, escreva-se de passagem: um típico corcunda. O tal do medicúzinho troca sua alma por conhecimento em tempos em que na Rússia medieval a medicina carecia de progresso, de modo que tal nobre medicúzinho não aguentava ver tanta gente morrer por doenças novas e curas que ele procurava e que era bom: nada. A luz do filme é um caso a parte com cenas sendo rodadas em lugarejos de países europeus pequenos, onde existiam tufões de água que de uma hora pra outra explodiam

Tropicália

  Com um vasto número de documentários musicais vistos por esse que vos escreve sobre o tema, Tropicália , do Marcelo Machado, Brasil, 2012; Se esta obra não foi a melhor, está na lista entre os documentários mais éticos do gênero sem sombras de dúvidas. Geralmente quando pensamos em Tropicália, que fora esta grande revolução musical na música brasileira, logo associamo-nos ao Caetano ( ou Caretano ) e ao Gil. Todos os documentários que assisti do gênero, exceto este, de certa maneira sucumbe e acaba por “puxar a sardinha” para os dois artistas citados. Não sei se isso acontecia pelo fato de ser mais fácil associar tal movimento com os dois músicos que estavam na linha de frente do gênero musical novo, meio que “patenteando” de forma incorreta tal e pegando os "seus louros" do estilo ou da tal nova ordem de música produzida no Brasil nos tempos ditatoriais. Fato é que sim: os tempos de ditaduras eram de realmente difíceis para a liberdade de expressão, e em se tr

Violeta se fue a los Cielos

Violeta se fue a los Cielos ou Violeta foi para o céu , Chile, 2012,do diretor Andrés Wood e incrivelmente protagizado pela Francisca Gavilán, é a cinegrafia da principal multi-artista do Chile. Mas que abordar as estórias de vida da artista a belíssima produção tem a característica de através da vida da genial e temperamental artista, mostrar a dureza de uma vida regada a pobreza com direito a um pai caucasiano alcoolizado e uma mãe de origem indígena que por natureza ou por descuido acaba a sucumbir às vontades de um marido agressivo, artista e “vítima” das circunstâncias da vida. Porém sua filha e protagonista do maior símbolo folclórico chileno não “engole” tão destemperamento de seu pai e de sua criação e cresce com essa angústia mal resolvida se tornando uma mãe relapsa. A poesia ela puxara do seu pai alcoólatra que sempre quando bêbado recitava lindos poemas. O filme é bem feito, pois é um flash- back da protagonista desde sua infância até os tempos adultos ou dos seus tempo

Delicatessen

Delicatessen , dirigida pelos geniais Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro , 1991, é uma fábula francesa de tempos difíceis, porém a estória não é tão descabida assim, ao menos a esse que vos escreve. A fábula imagina (lógico, senão imaginasse não seria uma fábula) uma Paris devastada pela maldade humana, onde esta se manifesta principalmente por duas causas; primeira: pela ignorância e segunda: pelas circunstâncias ou não necessariamente nesta ordem. Pois bem, a fábula com ar circense e visceral ao mesmo tempo conta a estórinha de uma cidade que por não ter mais alimentos para seus habitantes, agora sobrevivem por abater aos mais desavisados, ou seja: uma terra onde o canibalismo era que reinava. Ressalvo aqui que embora o tema e ações da fita tenham a ver com o canibalismo, em momento algum o filme se passa como trash, de terror ou mal feito. Pelo contrário, a fita se desenrola com uma doçura quase que inimaginável de um casal de artistas que tentam sobreviver perante tamanha calamidad