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Mostrando postagens de maio, 2012

Adorável Pivellina

A gastronomia, a cultura, o bom humor fanfarrão desse povo e as suas belas mulheres: todos esses itens serão sempre bem vindos a qualquer outra nação, porém sobre sétima arte contemporânea esse país passa longe de ser bom. O país referido é a Itália e o filme a ser comentado a partir de agora é Adorável Pivellina ( La Pivellina, Itália, Áustria) . Quando escrevo filmes italianos contemporâneos não sou louco de colocar no mesmo balaio Felinni que fez Ladrões de bicicleta, um dos filmes mais bonitos de toda estória cinematográfica na década de 40 do século passado ou Baaria – A porta do vento, que emocionou multidões do diretor Giuseppe Tornatore de 1988, mostrando que vez por outra os cineastas italianos dos nossos tempos conseguem acertar a mão. Mas de fato isso realmente não acontece com Adorável Pivellina. Um longa literalmente “longa” por ser 100 minutos de puro marasmo e pouco inspirador não arrebatando em minuto algum a atenção de quem assisti e principalmente a admiração pela

Paraísos Artificiais

Melhor que rotular filmes como” pouco instrutivos” quando o José Padilla   ( leia-se Tropas de Elite ) participa é averiguar se de fato todos vão por esse fim. Talvez pelo fato de o diretor ser outro ( Marcos Prado ) e o Padilla se limitar apenas a produzir a obra se explique que Paraísos Artificiais , Brasil, 2012; tem o seu valor mostrando a estória não como mera bobagem, mas sim como caminhos que pessoas buscam para o autoconhecimento. A abordagem do mundo das drogas sintéticas leia-se Ecstasy existe, assim como existe a tal averiguação existencial dos seus principais personagens em lugares lindos como praias do nordeste brasileiro regadas com as festas raves e gente pra lá de descontraídas, até Amsterdã com sua vida noturna alucinante e culturalmente atraente com os seus museus. O fato relevante da obra não é levantar bandeiras a favor ou contra drogas sintéticas; isso no filme se torna coadjuvante. O fator relevante e já mencionado aqui é o teor em que a película tenta “acordar”

Battleship - Batalha dos Mares

·        Battleship - Batalha dos Mares , do infeliz diretor Peter Berg EUA, 2012.    Crítico é aquele ser ou profissional que tem a pretensão em olhar mais adiante do que o próprio realizador. Em se tratando de arte ou sendo mais especifico da sétima arte este tem de ser por algumas vezes sincero ao ponto de se segurar para não escrever um palavrão quando presenteia uma obra, no sentido de “obrar” mesmo, em que nada tem a nos presentear. Este foi o caso de Batalha dos Mares, uma baita de um roteiro pífeo que mais uma vez se sustenta e mau, escreva-se de passagem, no tema “Invasão de Alienígenas”. Porém dessa vez os heróis da terra são os que estão sempre na água, e salgada. Uma baita de uma batalha naval contra outro planeta é acometida nos nossos mares terrestres. Ademais disso: de o filme ser um joguinho medíocre de batalha naval, onde todos já jogaram algum dia e escreva-se de passagem é um joguinho bem sem graça também. Escrever mais alguma coisa sobre a película holiwodiana qu

O Porto (Le Havre)

O Porto (Le Havre) do diretor Aki Kaurismäki protagonizado por André Wilms, 2012, França/ Alemanha/ Finlândia. A principal virtude do longa é a não-firulagem em seu roteiro, não perdendo a essência dos seus personagens por isso. Trata-se de um filme seco no que se diz respeito a puxar o tema da imigração a tona. Esse tema abordado através de um ex-mendigo e agora engraxate que resolve dar abrigo a um garoto africano que procura sua mãe em solo britânico, por isso ainda um pouco distante da sua genitora, já que a estória se passa em uma cidade portuária em território gaulês. O filme é bom pelo simples e direto motivo de abordar a amizade não como um meio, mas sim como uma finalidade, uma escolha, e sem nenhum ato de troco pelo gesto. Gesto esse desse tal engraxate que passa além da situação do pouco dinheiro, a de uma grave doença de sua esposa. Pois bem, apesar disso tudo o tal ex-mendigo que já foi um ex-escritor também encontra “coração” para ajudar a um menino que é pego em um con

Medo e Delírio

·          Medo e Delírio , dirigido por Terry Gilliam , com Johnny Depp , Benicio Del Toro , Tobey Maguire , EUA, 1988. Ser enviado para cobrir uma corrida automobilística em plenos anos 60 em Las Vegas já é por si só uma missão insana, agora junte essa missão a um jornalista e um advogado doidões adeptos a todos os tipos de drogas. Isso deu e só poderia dar mesmo em insanas cenas alucinógenas, onde roteiro, fotografia e atuação de personagens ficam em segundo plano. A ideia principal plantada do filme é a da transgressão. E isso com a ajuda do Wikipédia fica comprovado com as inúmeras entrevistas que o diretor concebe para explicar a sua obra. Explicar, pois realmente necessita por se tratar de uma película desnudada de valores morais e já por isso só de difícil compreensão, visto que o principal objetivo do filme é entender pessoas que estejam sob efeitos de drogas: como elas agem, pensam, interpretam os outros, situações, etc. Com a tutela de averiguar as percepções de uma pessoa

Réquiem para um sonho

Réquiem para um sonho ou ''A Vida Não É um Sonho'‘, do Darren Aronofsky , EUA, 2000; foi uma das coisas mais humanas que vi. Não tem como amar e odiar esse filme. Este por sinal muito bem feito independentemente do tema escolhido (degradação humana) com ótimas passadas de cenas e viscerais imagens como o abrir de uma torneira ou o consumo de heroína com captação de imagens super focadas, ou seja: amplia-se e isola-se a determinada ação do consumo ou o abrir da torneira, de modo que só apareça à cena e de uma maneira que dá mais altivez a cena que é o recurso de mostrar a cena do final pro fim, de trás pra frente juntamente com o super zoom. Quando escrevo que foi uma das coisas mais chocantes que assisti é porque conta estórias de vidas comuns tomadas pela solidão ou perdas, sejam essas principalmente emocionais. Existem quatro personagens no filme que são: Uma Mãe solitária, viciada em TV e viúva, e o seu filho único: um viciado em heroína. Na estória da mãe, temos um c

Ilha das flores

Ilha das flores , do feliz Jorge Furtado ,1989, RS,   é uma fita inteligentíssima. Trata-se de um curta que de uma maneira bem gauchescamente mostra um ciclo de uma unidade de tomate, ou seja, da onde ele veio e depois de algumas idas e vindas onde ele acaba. Nesse percurso que é curto, é que se torna interessante o curta pelas pitadas de um pouco de tudo: desde o porquê as pessoas plantam tomates (para se alimentar, óbvio), até chegar à sua conclusão, implicação ou protesto que a película aborda de uma maneira bem bolada mostrando que em certos casos os humanos, seres evoluídos, podem ficar em piores situações do que simples animais, como porcos por exemplo. A forma em que o filme explica esse despautério da fome no Brasil é que achei genial, pois o roteirista, diretor e produtor coloca explicações intermediárias até chegar a essa teoria da fome que beira a genialidade pelo motivo de explicar coisas como: desde a origem do dinheiro, até como ele foi produzido e é passado de mãos em m